ANA TEREZA MAMEDE
ANADIA
Escolhe-se chibo que seja bom e depois de bem limpo põe-se numa “caçoila” de barro preto – na altura das festas, sobretudo, aparecem sempre umas mulheres de Molelos com essas caçoilas e toda a gente se fornece.
Em seguida corta-se algumas cebolas em rodelas que se coloca sobre a carne, além de um ramo de salsa, uma folha de louro, um dente de alho, carne branca (toucinho) em fatias fininhas, uma colher de sopa de manteiga de porco, um pouco de azeite, pimenta e colorau a gosto, mas não demais e sal. Por fim coloca-se a carne com vinho tinto e vai a cozer em forno de cozer pão.
Pode cozer-se também num fogão mas não fica tão boa. Passado algum tempo vai-se ao forno para uma retificação de temperos ou por vezes, pôr um pouco mais de vinho, torna a tapar-se a caçarola (também há testos do próprio barro, muito originais) e deixa-se ficar até completa cozedura. Normalmente é acompanhada com grelos cozidos (é sobretudo nas festas do Inverno que se come a chanfana; até se chamam as festas da caçoila) e há quem coza batatinhas pequenas e as ponha no molho.
Quando a carne está fria, fica absolutamente coberta de gordura e aqui em Anadia, diz a minha mãe, havia quem guardasse desde janeiro, data da festa daqui, até ao carnaval. A camada espessa de gordura não a deixa estragar.
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