MARIA EMÍLIA ANDRADE
ALMEIRIM
Faz-se uma sopa de puré de feijão branco com nabiças. O feijão passa-se em parte, o resto deixa-se inteiro.
No dia seguinte com o que sobrou da sopa faz-se o magusto.
Corta-se pão de milho em fatias muito finas para dentro duma tigela.
Aquece-se a sopa e escalda-se, só com o caldo, o pão deixando-o remolhar.
Quando estiver bem remolhado passa-se para dentro dum tacho e leva-se ao lume a ferver. Retira-se depois do lume e miga-se muito bem com a ajuda de uma colher de pau. Estas colheres têm um feitio especial e são muito características da região, pois são feitas à navalha pelos campinos, nas longas horas em que guardam o gado. No entanto, na falta delas pode-se migar com um maço de madeira. Deita-se depois as nabiças e os feijões inteiros da sopa, azeite e sal, e vai novamente ao lume a ferver mais um bocado, mexendo sempre.
Deve ficar com uma consistência de maneira a poder ser comido com um garfo, mas também não muito duro.
Serve-se num alguidar de barro ou tachola e numa travessa à parte acompanha o bacalhau assado.
O bacalhau pode ser assado simplesmente só nas brasas ou então do seguinte modo:
Tem-se o bacalhau demolhado da véspera e dá-se um escaldão com água a ferver.
Põe-se numa travessa azeite e um dente de alho. As postas do bacalhau são passadas nesse azeite, em seguida em pão ralado e assadas nas brasas. À medida que se vão assando tornam-se a por na travessa que contém o azeite e onde será servido. Há quem goste também do magusto acompanhado com sardinhas assadas, em vez de bacalhau.
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