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GUILHERMINA AUGUSTA DA SILVA
LISBOA

Cortam-se quaisquer destas aves, em bocados não muito grandes. Num tacho põe-se algum azeite de boa qualidade com uma cebola média a alourar ligeiramente. Juntam-se então estes bocados, deixando-se alourar ligeiramente e adicionando água a pouco a pouco para se desfazer a cebola e o molho engrossar, acrescenta-se com mais alguma água (para 6 pessoas deve ficar a cabidela com meio litro de molho, mais ou menos) mas sendo preciso, ir deitando mais alguma água previamente aos poucos para estas carnes ficarem bem cozinhadas. Retira-se então para fora do lume o tacho e deixa-se arrefecer um pouco. Toma-se o sangue de quaisquer destas aves, que foi aproveitado na altura da sangria e o qual foi então batido com um pouco de vinagre ou vinho tinto ou branco e junta-se ao molho da cabidela, mexendo sempre e levando novamente ao fogo, por uns momentos até ferver.
Tudo isto, leva salsa, sal, pimenta, canela, todos os condimentos que as pessoas mais apreciarem, usa-se ainda nas aldeias transmontanas, fazer para estas cabidelas este mesmo molho, substituindo o sangue por gemas de ovo às quais se adicionam umas gotas de vinagre e umas colheres do molho para se obter um resultado perfeito quando o molho for ao lume.
 Serve-se este prato com fatias finas de trigo, colocadas na travessa, antes do guisado ser despejado nessa mesma travessa ou ainda com batatas cozidas à moda de Trás os Montes que são preparadas da seguinte maneira: descascadas, sendo as pequenas cortadas em duas partes, as grandes em três partes, metendo-as em água a ferver, não esquecendo o sal suficiente e deixando-se cozer enquanto for preciso. Depois de cozidas tira-se toda a água e abafam-se com um guardanapo ou um pano de cozinha, não esquecendo de retirar previamente a tampa.
Cozidas em pote de ferro, à lareira é como estas batatas são excelentes.

 

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