Parte “histórica” – Esta receita era feita pela avó de meu marido, senhor de ascendência espanhola – e por isso talvez a receita seja de origem galega – e que tinha uma rara intuição culinária. Era descendente de família historiada (aliás com grande parti pris) por Aquilino Ribeiro no seu recente livro “ A casa grande de Romarigães”. É um prato demasiado forte nunca servido com qualquer acompanhamento.
Receita: Coze-se – mas não de mais – uma sola ou dobrada da parte lisa.
Parte-se aos quadrados de cerca de 8 cm, de lado que se recheiam com pedacinhos de carne de vitela, carne de porco fresca, presunto e alguns greiros de arroz cru. Cosem-se com linha de modo a formar rolinhos.
Faz-se uma calda com ossos de porco, uma cebola inteira, grãos de pimenta, cravinho da Índia e um ramo de salsa, calda na qual se deixam cozer os maranhos. Quando os maranhos estiverem cozidos, retiram-se da calda, côa-se esta e em seguida engrossa-se o molho com farinha de trigo torrada. Volta a ferver para engrossar e deve servir-se muito quente.
Felizmente que nos foi contada a história desta receita. Só pelo título, julgaríamos que se tratava de engano ter sido para a província do Minho. Como se sabe a palavra “maranho” vai direita à Beira-Baixa.
Ao longo deste trabalho vamos encontrar saquinhos de dobrada com vários nomes nas diferentes províncias.
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