EDITORA: CCC Gulbenkian
Ano: 1998
Introdução:
Esta edição do Centro Cultural Calouste Gulbenkian de Paris traça o percurso dos romanceiros que deixaram para a posteridade histórias de grande originalidade ligadas à vida quotidiana, especialmente as colheitas, e à tradição histórica e religiosa. Anne Caufriez faz notar, com alguma surpresa e muita admiração, que muitos destes são ainda hoje cantados pela população da região, o que lhes dá mais vida, bem integrados no presente, apesar das origens remontarem ao século XVI. Notou ainda que muitos romances, cantados pelo povo durante os trabalhos do campo, incluem de início uma referência a uma altura especial do dia, como a alvorada, o meio-dia, o pôr do Sol, ligada a actividades rurais específicas. Em primeiro, estes romances são cantados apenas nessas horas, o que demonstra uma aplicação sofisticada do cancioneiro tradicional à realidade quotidiana. Para Anne Caufriez, este "é uma canção que preenche todos os papéis". Muitas das histórias cantadas nesses romances são luso-espanholas, atravessam fronteiras, relatos do período com um relacionamento nem sempre amigável entre os dois países. A localização especial de Trás-os-Montes tornou a região mais sensível a tais situações, sendo de notar que muitas aldeias da área se viram envolvidas em conflitos fronteiriços intensos. A autora de Le Chant du Pain observa que também há tradições de romances noutras regiões do País, mas sublinha que em Trás-os-Montes adquirem características particularmente interessantes.
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